segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Ferido - Mário Celso Rodrigues



 
Ferido todos os dias é o que todos somos nesta desigual batalha, guerra inglória, luta diária. Prantos de alguns alimentando a falsa alegria de outros que não conseguem sentir a queda de suas máscaras, máscaras da felicidade passageira que também hão de se tornar lágrimas que regarão um pranto confuso por não saberem que destino tomar...
Assim é da alvorada ao crepúsculo vespertino de mais um dia que se vai... E o cansaço abate, a tristeza tortura... A alma geme. Nos recolhemos na incerteza de um novo despertar.
Não importa onde possamos estar, se, fugindo da noite gelada sob vestes rôtas, ou, aquecido por pesadas mantas... O coração continua oco e a alma vazia... Nada preenche... É preferível morrer.
O pensamento confuso entra em desespero... Morrer... E, depois como há de ser? Vira-se de um para outro lado, debaixo da marquise o frio tortura... No quarto aquecido o sono não faz a tão esperada visita.
... No criado mudo, surrada pelo uso uma Bíblia repousa... Na calçada suja e imunda de uma marquise qualquer, um servo, tão somente servo, compadecido se inclina...
Não importa a condição social, a luta de todos os dias é uma batalha desigual... Mas as palavras proferidas por Jesus Cristo, não importando a condição em que se está; nos levanta, renova nossas forças, nos aquece e enche-nos, nos dando prazer no viver... As lutas, estas hão de continuar - o mundo jaz no maligno - mas sairemos vitoriosos... Nem mesmo morremos, pois temos a certeza de que nos céus Ele nos aguarda para nos galardoar.

 
 
 
 
 
 
 

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