domingo, 12 de abril de 2015

Destino Certo - Mário Celso Rodrigues

 A imaginação toma seu destino, descontroladamente toma destino incerto... Até o momento em que viaja ao seu encontro, transportado pelas ondas do vento, sons carregados de harmonia, bem decorado com a sublimidade romântica, derivado dos teclados de um piano... Meus sentimentos param, refletem e irradiam à imaginação que caminhos há, que lhe conduzirão a destinos certos. 

  Destinos onde nos aguarda a supremacia do amor adornada por rubras rosas... Então somos conduzidos pelas mãos ao enlevo da canção... Em cada nota uma emoção, sentimento de paz que toma conta do coração.

   De mãos dadas, meus sentimentos, a imaginação e a canção... Saltitando pela relva ainda úmida pelo orvalho seguimos em direção ao horizonte onde desponta o sol, que levantando por entre os montes, nos diz bom dia com vigor e calor que aquece e arde no coração... Doce ardor, manso calor, apresso os passos, preciso acompanhar a imaginação que acelera puxada pelo sentimento... A canção nos ajuda em seu allegro, por momentos no moderato nos pede calma... Ansiosos... Eu, a imaginação e o sentimento... Queremos chegar... Allegro, allegro, o coração salta a canção nos acalma e, como uma orquestra... Pianos, violinos... Se juntam também os pássaros, a melodia das águas sussurrando no leito do riacho e as muitas folhas e as muitas flores de Ipês roxo, amarelos e brancos colorindo a sinuosa trilha que me leva ao encontro.

    Sinto nos pés descalços o confortante frescor das águas, por sobre as pedras saltitando vou ao encontro daquela que a imaginação criou, que o meu sentimento aprovou... Estava próximo ao destino certo, destino de meu amor.

     Na outra margem, pista de terra batida ladeada por roseiras e seus rubros botões... Em lenta cadência, como em um prelúdio... Debruçada sobre o manche... O suave, o doce encanto de seus olhos me seguia, e, enquanto as hélices giravam... Ganhando altura... Abaixo bem abaixo a paisagem me encanta, no peito o coração já bem mais calmo se entrega aos olhares daquela que a ele também comanda. Vezes outras, desencontros, desvios de atenções... Comando, painel e horizonte... Num repente, nossos olhos se encontravam e então nos amávamos enquanto as hélices giravam.

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