sábado, 25 de abril de 2015

POESIA TEU NOME É MULHER - Mário Celso Rodrigues



Poetizar a própria poesia, tarefa difícil para o mais excelente poeta.
A criação, por si já é uma poesia escrita por Deus... Que era bom Ele já sabia!
Quanta alegria aos nossos olhos as aves multicores e, aos nossos ouvidos, suas melodias!
Mexe o nosso sentimento a sanguínea e quente rosa cortejada pelas borboletas.
O sorriso de um bebê arrebata a inspiração do mais rude e também do poeta.

Toda a criação por si, repito, foge ao domínio do pensador e também do que verseja...
Todo o criador tem uma obra perfeita, tanto mais, tem Aquele que nos criou...
... Com seu poder infindo, Divina inspiração... Os olhos tristes da criatura primeira,
motivo da certeza de uma solidão, comoveu o feitor de tão grande criação.

Iniciando sua obra prima, a mais bela poesia que todo poeta almeja.
Ser sublime, instintos nobres, harmoniosa beleza...
Generosa em qualidades, divina orquestra e sinfonia em seu expressar...
... Poesia que ainda hoje Deus verseja. Obra prima em sua essência
... Poesia seu nome é mulher!

Não importa se tens muito, pouca ou nenhuma cultura, és a poesia que embala a vida.
És, mulher, resultado de orações respondidas...
És rubras rosas que embelezam os jardins de nossas vidas!
Que Deus as abençoe sempre, e a nós, sabedoria para que saibamos reconhecer que,
não és somente uma poesia, mas também dádiva de Deus para nossos dias.

domingo, 12 de abril de 2015

Destino Certo - Mário Celso Rodrigues

 A imaginação toma seu destino, descontroladamente toma destino incerto... Até o momento em que viaja ao seu encontro, transportado pelas ondas do vento, sons carregados de harmonia, bem decorado com a sublimidade romântica, derivado dos teclados de um piano... Meus sentimentos param, refletem e irradiam à imaginação que caminhos há, que lhe conduzirão a destinos certos. 

  Destinos onde nos aguarda a supremacia do amor adornada por rubras rosas... Então somos conduzidos pelas mãos ao enlevo da canção... Em cada nota uma emoção, sentimento de paz que toma conta do coração.

   De mãos dadas, meus sentimentos, a imaginação e a canção... Saltitando pela relva ainda úmida pelo orvalho seguimos em direção ao horizonte onde desponta o sol, que levantando por entre os montes, nos diz bom dia com vigor e calor que aquece e arde no coração... Doce ardor, manso calor, apresso os passos, preciso acompanhar a imaginação que acelera puxada pelo sentimento... A canção nos ajuda em seu allegro, por momentos no moderato nos pede calma... Ansiosos... Eu, a imaginação e o sentimento... Queremos chegar... Allegro, allegro, o coração salta a canção nos acalma e, como uma orquestra... Pianos, violinos... Se juntam também os pássaros, a melodia das águas sussurrando no leito do riacho e as muitas folhas e as muitas flores de Ipês roxo, amarelos e brancos colorindo a sinuosa trilha que me leva ao encontro.

    Sinto nos pés descalços o confortante frescor das águas, por sobre as pedras saltitando vou ao encontro daquela que a imaginação criou, que o meu sentimento aprovou... Estava próximo ao destino certo, destino de meu amor.

     Na outra margem, pista de terra batida ladeada por roseiras e seus rubros botões... Em lenta cadência, como em um prelúdio... Debruçada sobre o manche... O suave, o doce encanto de seus olhos me seguia, e, enquanto as hélices giravam... Ganhando altura... Abaixo bem abaixo a paisagem me encanta, no peito o coração já bem mais calmo se entrega aos olhares daquela que a ele também comanda. Vezes outras, desencontros, desvios de atenções... Comando, painel e horizonte... Num repente, nossos olhos se encontravam e então nos amávamos enquanto as hélices giravam.

domingo, 5 de abril de 2015

Zona de Conforto - Mário Celso Rodrigues

 Em nossa área de conforto... Isto não nos incomoda!?
Tão distantes, outra raça, cores outras.
... Não escutamos seus gritos de socorro...
Nem mesmo entendemos seu idioma... dialetos outros,
não fazem vibrar nossos tímpanos...

Do outro lado do oceano... separa-nos ondas gigantes.
Bem distante... Continuamos em nosso conforto...
Vamos ao templo, marcamos presença...
 As Sagradas Escrituras, também debatemos...
De joelhos... E... então!?... Quão inútil tenho sido
na presença de quem nos criou!?

...Tenho tingido de carmesim minhas suplicas...?

Tenha de mim Senhor, misericórdia...!
Me arranque de meu conforto,
mesmo não atravessando o oceano...
Que eu possa em lágrimas humanas,
levantar meu clamor e chorar junto,
sofrer junto de meus irmãos africanos..



Mortos. Alunos. Quênia. Eles não desenham caricaturas ofensivas. Eles são apenas crianças em África, então quem se importa?

(Texto escrito enquanto observava a foto enviada pelo Pastor e amigo Jacob Metz)

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Maior Amor - Mário Celso Rodrigues


Meu coração salta de meus domínios,
o ser por inteiro foge ao meu controle.
Por completo um tremor me toma.
Então desperto e percebo o quanto sou amado,
amado por aquele que tudo criou
e por me amar toma conta de meus dias,
os dias que me permite viver.
E a cada dia uma vitória, uma explosão
que me toma por completo, e transforma
em prazer e alegria contagiante
toda e qualquer agrura que o mundo,
mal e egoísta tenta me impor.

A confirmação deste amor sem igual,
esta num luar que encanta meus olhos.
No trinar dos pássaros que me despertam,
no sorriso de minha amada.
no ouvir de um pequeno, na vida iniciante,
a demonstração do carinho inocente,
do ancião com tremula voz,
dizendo não haver herança de mais
elevado valor que o amor.

Mas a demonstração maior,
não sendo eu merecedor,
foi o envio do próprio filho
para padecer, sofrer e ser humilhado.
Por mim, e a todos que,
contritos o aceitar, aceitar aquele
que por amor em uma infame cruz

seu sangue derramou.

CONSUMATUM EST! - Samuel de Souza


Que palavras mais fortes ouvirão
os ouvidos humanos, que as da cruz?
É contundente a voz, nesta expressão:
“tudo está consumado”. – Ó Jesus!

Para o madeiro vil, exposto ao céu,
Os olhares absortos se voltaram
e, brado do Senhor, rasgou-se o véu,
- Toda as distinções, então, cessaram.

“Tudo está consumado”. Fez-se o fim.
Nada mais, pois, seria acrescentado
ao sangue de Jesus, imaculado.

Nada, nem boas obras, nem a lei,
Nada que aqui se faça servirá.
Em Cristo, tudo consumado está.

Oh! rosto ensanguentado! - Gióia Jr.

Oh! rosto ensanguentado, o Senhor me tem posto
essa chaga perene, esse ferido rosto
diante de minha vida, a mostrar, passo a passo,
o quanto ele me fez e o pouco que Lhe faço!
Oh! rosto sofredor, olhar parado e enxuto,
olheiras de um lilás de permanente luto,
boca semifechada a guardar na aflição
uma frase de amor, um hino de perdão!
Lacerações da dor, vestígios do transporte:
cabelos cor de sangue  e pele cor de morte.

Oh! rosto meigo, oh! rosto amado, oh! rosto triste!
Os males que sofreste e as dores que sentiste
pesam dentro de mim, nesta hora vazia
de luta e indiferença e inveja e hipocrisia!

Oh! não Te posso olhar! Envolva-Te o sudário!
Desça a cortina e encerre o drama do Calvário!
Quero esquecer... quero fugir... quero... Ah! Senhor,
que ingrato sempre fui, que grande pecador!
Como posso esquecer esse rosto que tanto
sofreu por meu amor?!...

                                    Aceita este meu pranto
cheio de mágoa e dor e humildade e aflição,
como prece sincera a Te implorar perdão.
Que eu sempre possa ver, em momentos como este,
o pouco que Te faço e o muito que sofreste!
E eu eu possa fugir aos laços do pecado,
vendo-Te junto a mim,
                                  Oh! rosto ensanguentado!