domingo, 16 de novembro de 2014

Rimas que Cessam - Mário Celso Rodrigues

Não mais aqui, mas, em outra pátria qualquer quero voltar a cantar e junto dos pássaros salmodiar...
Sentirei saudades das laranjeiras e dos Sabiás... Penso não suportar, das saudades e lágrimas que hei de derramar quando do peralta José, Clarissa e dos olhinhos celestes de Stella minha mente ocupar.

Preciso sair, me sentir livre... Mas, como tal sentir se aqui meu coração ficar?
Doloridas decisões... Como abandonar a nação que aprendi a amar?  Seu pavilhão com honra ao mastro conduzi e seu desfraldar emocionado pude contemplar... Quero fugir... Sair... Preciso livre me sentir

Não me sinto feliz... Minhas rimas cessaram, minhas inspirações não mais alimentam minhas emoções... Sentirei saudades das laranjeiras e dos Sabiás... Das peraltices do José, de Clarissa e Stella os doces e celestes olhares. 

Infeliz em ver minha amada pátria sendo solapada por indecentes e inescrupulosos... Infeliz em ver a terra mater desacreditada  nos continentes onde é citada... Sentirei saudades dos jatobás e dos Bem-te-Vis algazarreando em seus galhos...

Em ver a mentira tomar conta daqueles que, por dever, a verdade deveriam promover... Reverenciar! Em ver humildes trabalhadores se sujeitando a esmolas distribuídas por debochados que se perpetuam no poder, me sinto infeliz... Sentirei saudades dos Sabiás, dos Bem-te-Vis, das laranjeiras, das palmeiras e dos jatobás... De Stella, de Clarissa e do José a saudade me há de torturar... Preciso partir, não mais posso ficar...

Aprendi, mas, em armas me nego a pegar, não quero o teclado trair, prefiro amar as letras e com elas bailar...        

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