terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Despedida de um pastor - Mário Celso Rodrigues

Chamado desde o ventre... família humilde,
bairro de Deodoro, estação militar...
Comunidade do “Muquiço”...
“ Xepa” na feira... Numa indústria de calçados
seu pai era operário, cristão de muito valor.

Sob os cuidados da mãe dedicada,
Cresceu forte e bonito aquele, a quem,
ainda no ventre Deus o selecionou.
Patriota convicto, como PQDT
No Exército se alistou...

... Não mais o verde oliva... Velame...
Três mil duzentos e oitenta e um pés...
Não mais o FAL, sim a Bíblia e seus comentários...
A erudição e a eloquência de seus mestres...
Seminário do Sul e o enriquecer de sua fé.

Dos altos das colinas da Tijuca, lá na planície,
num momento poético Deus lhe contemplou...
Em Sua onisciência... Ministério... Rebanho.
Ovelhas... Na terra, uma princesa o Senhor selecionou.
Deu-te uma esposa que muito o ajudou.

Pelo púlpito das igrejas por onde passou...
Deixaste marcas e saudosas lágrimas,
Ovelhas que jamais te esquecerão. Na Penha,
tua ovelha fui, tive a sede saciada.
Verdejantes os pastos, aprendi com sua mansidão.

Agora te despedes, precisas descansar...
Como se fossem vinte e nove mil pés...
Velame aberto, te deliciando no amparo dos ventos...
Suave aterrissagem... Continuas PQDT...
Mesmo sem rebanho... Continuas pastor...

Sim, se da permissão de Deus for
e o mal do Aloysius lhe alcançar...
Tão bondoso será Deus
... Gravado em seu cérebro já está...
A identidade de servo fiel e pastor,
Jamais da lembrança te sairá.

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