sábado, 31 de janeiro de 2015

PASSADO - Jean Francesco


É a delícia que já foi,
É a dor que passou,
É a saudade permanente.
É a ilusão de ontem,
É a expectação de um futuro.
Foram os meus ontem’s,
Meus hoje’s e meus amanhãs.

Sensações de uma vida feliz
Ou de uma dor incurável.

Há a solidão de um passado,
e um passado de companhias.

Passados que me fazem chorar,
Passados que me fazem gritar.
Passado depende do que passou
Passado depende de quem o passou.

Há passados que nos sufocam,
Há passados que nos libertam.
Há passados incompletos, pois insistem
Em não desaparecer.

Passado nos permite acordar
Para o hoje acomodado,
E reinventar um futuro livre
de marcas fúteis e indesejáveis.
Passado não volta jamais,
Ainda bem.

JEAN FRANCESCO: Pastor atuante na Igreja Presbiteriana da Penha - SP. Mestrando em teologia, professor assistente do Seminário Presbiteriano do Sul  é também poeta e escritor. 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Despertar na Roça - Mário Celso Rodrigues




Com os zóio inda turvo
esticano gostoso os osso;
madrugada inda iscura.
No poleiro o garnisé cantando,
disputando com o carijó.
As poedera se cumprimentando...
Um cacarejá que só...

Um poquim mais adiante,
a Malhada sorta um mugido,
no chiquero isfomiado reclama Chicó.
Nos gáiu do abacatero a confusão dos pardá,
e no pé de jatobá alegre canta o sabiá.
Eta dispertar, qui festa!
Num tem de que reclamá.

Num pulo, sarto da cama.
Mariete já num tava lá,
muié isperta, foi o café aprontá.
Por entre as fresta da janela,
o vermeião do sol vi dispontá,
dei um Glória a Deus, Aleluia!
Que dia bom pra trabaiá!
Nos passo ligero dum bom caipira,
na cuzinha dipressa quis chegá.
Marieta bunita num vistido de chita,
leite e café, biscoito de nata,
do mio verdi a pamonha                                                                                  tinha também bolo de fubá,
lá vinha os mininu acabano di acordá.

Nos dois lado da mesa,
os banco pra si sentá.
“O Sinhô e meu pastô, nada mi fartará...”.
O minino maió aprendeu a soletrá,
bonito é Marieta cantando
os hino que louva ao Sinhô
e o pequenino repitino: “gólia, gólia, Salvadô”
O missionário chama Zé Lino pra estudá,
minha bela companhera tem a casa prá cuidá.
Pequeno Tuninho vive pra traquiná.
Coloco a inxada nas costa,
o orvaio moiando a butina.
A passo firme vô pra roça,
tenho a famia pra sustentá!
                          
É duro o trabaio no campo,
o mato que tenho de roçá.
Aprontá a terra pra semiá,
tem os animá pra cuidá...
Mas Deus dá uma força danada.
Fica leve o labutá,
E no final do dia,
a Deus quero louvá.
O sol tá no arto, istômago roncano,
deve de sê meio dia, pro rancho vô caminhano.
No meio do caminho topei com Zé Lino,
minino isperto, dicidido, qué sê pastô,veio falano.
Ouvino suas historia no rancho cheguei sonhano.
Tuninho também com o missionário iniciô a lê,
prus minino da fazenda diz que doutô vai sê.

O orvaio moiando a butina.
A passo firme vô pra roça,
Vô meus corim cantano,
cantano o prazê qui sinto.
É o coração do caipira,
lavado pelo sangue de Cristo.
E todo o dia renasce a felicidade, não minto!

Os ano si passaro, Zé Lino é pastor,
e na cidade grande, de Cristo anuncia o amor,
e o missionário pro estrangero vortô.
Aprendeu a lê Marieta e a outros ensina com dulçô.
O traquina do Toninho, dotô Antônio se tornô.
Com carinho trata us infermo, aliviando sua dô.
E continua exartando:
Glória, glória ao meu Senhor!







domingo, 18 de janeiro de 2015

ANSEIO PATRIÓTICO - Mário Barreto França

Quem me dera ver liberto
dos males o meu País,
e que, no caminho certo,
com Deus vivesse feliz.

Que Seu Livro santo e puro
- Código e regra de fé -
No amor, tornasse-o seguro;
                                       no bem, firmasse-o de pé.

Que a minha terra, que sofre
injustiça e exploração,
guardasse, como num cofre,
Seu Livro no coração.

E o vendo; no ardor da prece,
justo, forte e varonil,
o mundo todo dissesse:
- Bendito seja o Brasil!    

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Manual da Vida - Mário Celso Rodrigues

      Não aceito a tristeza, por momentos, obrigatória é a convivência ...
Não consigo ser solitário, por conta da boa semente plantada.
  Amo a vida... Atravesso por ela como a um florido campo!
      "... Vim para que a tenham com abundância..."
           Do Mestre o conselho e a evidência.

   Motivo simples em tanto prazer pelos dias que vivo...
  Construído do barro, mantenho o manual, divinamente escrito,
   os defeitos ou desalinhos, saídas de rota... Lágrimas à caminho...
    "... Examinais as Escrituras..."
        Do Messias a instrução e, eternamente eu vivo.

    Boa companhia... Conquistas de amizades outras...
  Bailando por entre flores, vou passando por terrena vida.
     Quando de outros, o mal maior... A tez pesada...
    ... A sabedoria, porém, lá do alto..."
No Manual da Vida... Promover a paz, Tiago ensina.