domingo, 1 de junho de 2014

A Paineira - Mário Celso Rodrigues

Não estavas na parábola de Jotão...
Eras uma paineira-Ceiba speciosa -
assim os da ciência te chamam, sem
valor para o vil metal... Não eras, do
Líbano, o cedro. Teus galhos, aos sabiás,
não ofereciam conforto tal os imponentes Jatobás.

Não importa como na beira da estrada tu foste nascer... Florescer!
Na densa floresta, ao lado das nobres ou dos humildes
arbustos... Mesmo adornada pela generosidade outonal,
não alcançarias reconhecimento... Triste seria teu fenecer.

Domingo ensolarado... Em alguns outros e, mais outros...
Tua sombra, na beira da estrada, revigora a certeza do porvir.
Servos... Filhos do mesmo que te criou, na proteção de suas copas,
a Deus louvores entoou... As boas novas ressoou...

Já não mais existes, o cruel progresso te derrubou...
Não respeitaram nem mesmo tua idade...
Paineira, pela providencia, na beira da estrada
grande foi teu valor, lá o Senhor te plantou.

Não mais sob as copas de frondosa árvore...
Mas em templo erguido, Deus tem sido louvado,
A salvação que só há em Cristo, proclamado...
No bairro, a cada dia, as portas do inferno aniquilado.  



Poema escrito em alusão a uma árvore (paineira), onde, debaixo de seus galhos se deu início a Primeira Igreja Batista do São João – Guarulhos.